O engajamento dos colaboradores tem estado cada vez mais em pauta nas empresas, principalmente entre as lideranças que entendem a força estratégica que tal indicador tem sobre os objetivos do negócio. No Brasil, segundo a Gallup, apenas 31% dos colaboradores estão engajados em 2024. Como mudar esse cenário é a pergunta que muitas organizações têm feito. O principal fator desse desengajamento geralmente é um desalinhamento na Comunicação Interna (CI). Mais do que apenas compartilhar informações úteis para o dia a dia dos colaboradores, a CI também tem a responsabilidade de fortalecer a cultura organizacional, despertar o senso de pertencimento e auxiliar as lideranças a alcançar os objetivos do negócio. Dados publicados pela Simpplr neste ano indicam que 89% dos respondentes consideram a comunicação interna uma área que impacta fortemente o engajamento das equipes. Um colaborador desengajado tende a estar desconectado do restante da companhia, e cabe à CI nutrir essa conexão. “O segredo para conquistar o engajamento dos colaboradores é ter uma comunicação interna forte e um alinhamento entre todas as áreas da empresa. Não é porque a CI é o setor responsável pelo compartilhamento de informações que deve conduzir, sozinha, a jornada de engajamento. Isso, inclusive, é algo muito difícil de acontecer”, defende Hugo Godinho, CEO da Dialog, HR Tech com foco em Comunicação Interna. Para o executivo, a boa comunicação necessita do comprometimento de todas as áreas da organização para alcançar bons resultados, sobretudo do apoio das lideranças. Ele explica que a CI deve se aliar a outros setores da empresa para que o engajamento seja efetivo. O departamento de Recursos Humanos precisa ver a CI como uma grande aliada no processo de engajamento. O RH é o guardião da cultura organizacional, mas, sem a comunicação interna, essa cultura não circula pela empresa nem é vivenciada pelas pessoas”, explica. Report Sync 2024

Os pilares do engajamento

Hugo ressalta que as lideranças também devem enxergar a comunicação interna como uma importante fonte de apoio. Essa relação entre líderes e profissionais de comunicação é fundamental, pois ambos têm papéis essenciais na construção de uma estratégia de engajamento eficiente. O CEO ressalta que as pessoas são diferentes, e, por isso, a forma como a comunicação acontece deve ser estruturada de acordo com essa diversidade. O principal passo é a empresa entender como é formado seu público interno, ou seja, identificar quantos colaboradores atuam no escritório e no setor operacional, por exemplo. Com essa visão geral, a organização consegue investir em canais de CI mais eficientes, que utilizem tecnologias adequadas para desenvolver estratégias alinhadas à realidade da companhia. “Para começar, a comunicação precisa estar presente e encontrar um equilíbrio na relação com os colaboradores. Uma CI que aparece uma vez por mês com um comunicado não é estratégica. O mesmo se aplica ao oposto: compartilhar dezenas de mensagens genéricas por semana é ineficiente e contribui para o problema da infoxicação”, contextualiza. RH TopTalks Godinho complementa afirmando que isso significa que a área deve ser bem construída e ter um cronograma que atenda tanto às necessidades do negócio quanto às dos colaboradores. “Quando um colaborador se sente ouvido e incluído no fluxo da comunicação, ele também se sente valorizado e motivado a alcançar melhores resultados. Essa é a base que sustenta o engajamento”, argumenta. Desenvolver uma estratégia de engajamento conjunta só será possível se as lideranças, sejam elas diretas ou em cargos de c-level, entenderem a importância de contribuir para os trabalhos de Comunicação Interna. “Esses líderes são, acima de tudo, exemplos para suas equipes. Assim, se eles estiverem engajados no fluxo da comunicação, seus times também se sentirão motivados a fazer o mesmo”, conclui Hugo Godinho. Por Redação