Perguntar se você sentiu a pancada dos últimos tempos é desnecessário. Mas, a verdade é que estamos apanhando do sistema que criamos há muito tempo. Estes pequenos tapas do mundo, contudo, não se fazem sentidos em sua profundidade, pois para muitos é mais suave ou confundido com um apenas “é assim mesmo e vamos tocando a vida.”

Os solavancos, em pequenas proporções a que me refiro, são, na verdade, gritantes, mas sentidos na individualidade de forma dissipada. O Burnout é um deles! A forma como a OMS define este quadro é interessante: “Burnout é uma síndrome conceituada como resultado do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso.”

“Burn-out is a syndrome conceptualized as resulting from chronic workplace stress that has not been successfully managed.” Link para os dados completos clique aqui.

Na sequência do tema, a OMS traz alguns fatores-chave sobre saúde mental no trabalho, sendo que estes a seguir se sobressaem:

Depressão e ansiedade tem um impacto econômico significante: O custo global anual estimado em perda de produtividade é de 1 trilhão de dólares. Isso mesmo, um tri (1.000.000.000.000,00)

• Para cada Dólar (US$ 1,00) alocado no tratamento de transtornos mentais comuns, há um retorno de quatro Dólares (US$ 4,00) em melhoria da saúde e produtividade.

Contudo, estes números e os efeitos do contexto de trabalho que se criou ao longo do tempo, principalmente aquele motivado pelo mindset mecanicista, vem sendo mascarados por soluções paliativas, como inclusão de atividades de relaxamento, câmaras de descompressão, etc. É como se fosse um jogo em que se bate e assopra. Sendo que o assoprar só veio mais recentemente e o “bater” vem já de longa data, o que certamente calejou muita gente.

Agora, muito está emergindo e este contexto de pandemia, triste e perigoso, nos convida a recuperar o que temos perdido. Neste cenário entra o tema do Work Life Integration, que visa ajudar na percepção de que não temos mais uma vida departamentalizada e sim uma vida que deve fluir. Não se trata mais de ilhas isoladas que atendemos com horário definido. A vida é como um rio, que a cada curva, queda e pedras ajusta seu curso, mas jamais perde o seu caminho.

Work Life Integration é o novo contexto, que se faz absolutamente inevitável frente à crescente conectividade a que estamos expostos. Tudo sempre esteve conectado, a tecnologia apenas está revelando uma verdade universal, com um baita empurrão de um vírus.

Das diferentes formas de abordar o tema, o recorte que trago consiste em 5 esferas. Importante a escolha da palavra esfera. Primeiro porque em si a esfera tem entre seu limite e seu centro a lógica da equidistância. Segundo, porque pode acolher as outras esferas. Assim é a dinâmica da vida integrada: todas as esferas acontecem ao mesmo tempo, simultâneo e organicamente ajustado.

As 5 esferas são:

1º Legado
Mindset
3º Acordos
4º Celebração e Feedback
5º Estado de Presença

Em suma, as esferas se unem para formar a vida integrada.

O Legado trata do registro que suas ações deixam nos outros, a memória que fica de você. Mas não se engane. Não se trata de um pós morte e sim de um pós ação. O Mindset é a sua visão de mundo que permite construir tal legado. Os Acordos ajudam a criar a forma de aplicar o mindset e gerar o legado. O Feedback lhe ajuda a entender se suas ações estão gerando o que você deseja e a Celebração reconhece que você fez o que deveria ter feito e registra em sua própria memória o caminho adequado. O Estado de Presença tem como principal função o discernimento para a tomada de decisão correta, a cada momento.

Uma vida integrada ou Work Life Integration é encarar a vida como uma sequência de circunstâncias nas quais você entendeu como aproveitar para ser quem se é!

Uma vida integrada é também uma vida autêntica.

Sucesso e Um grande abraço!

Por Tiago Petreca, diretor fundador e curador chefe da Kuratore – consultoria de educação corporativa. Autor do Livro “Do Mindset ao Mindflow”. É um dos colunistas do RH Pra Você. Foto: Divulgação O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação