Vivemos em uma era na qual a transformação digital e a busca por mais agilidade nos negócios são mais do que diferenciais competitivos, sendo também questões de sobrevivência. Nesse cenário, as empresas que melhor se adaptam às mudanças são aquelas que prosperam em seus mercados e ficam na mira dos melhores profissionais, construindo marcas empregadoras sólidas. A capacidade de se reinventar, tanto internamente quanto em relação aos produtos e serviços oferecidos, é o que define o futuro dessas organizações.
De acordo com a 27ª Global CEO Survey - 2024, realizada pela PwC com mais de 4.700 líderes empresariais em todo o mundo, incluindo o Brasil, 97% dos respondentes disseram ter tomado medidas para mudar sua maneira de criar, entregar e capturar valor nos últimos cinco anos. No período, 76% dos CEOs adotaram ao menos uma iniciativa que teve impacto grande ou muito grande no modelo de negócio de suas organizações. Dados como esses refletem uma preocupação crescente com a necessidade de se reinventar, visto que 45% dos entrevistados globalmente acreditam que, caso sigam fazendo as mesmas coisas que atualmente, suas instituições serão inviáveis economicamente nos próximos dez anos ou menos.
Um dos exemplos mais marcantes de companhias que se reinventaram e tiveram sucesso é a Netflix, que começou como uma locadora de DVDs por correio. Ao perceber a mudança na forma como o público consumia conteúdo, a empresa rapidamente pivotou para o streaming digital e, mais tarde, para a produção de conteúdo original. Essa transformação ajudou a solidificar sua liderança no mercado, tornando-se desejada por profissionais criativos e inovadores. A Netflix, portanto, é hoje um caso clássico de como se atualizar e inovar o modelo de negócios pode fortalecer uma marca empregadora.
Outro exemplo bem-sucedido é a Microsoft, que passou de uma empresa tradicional de software para líder em computação em nuvem e inteligência artificial sob a liderança de Satya Nadella. Essa reinvenção foi acompanhada por uma transformação cultural, com foco em empatia, aprendizado contínuo e colaboração. Nesse processo, ela recuperou sua relevância no mercado tecnológico e passou a atrair talentos cada vez mais diversos e qualificados.
Além disso, a implementação de agentes de inteligência artificial nas empresas está desempenhando um papel crucial na criação de marcas empregadoras mais atrativas. Estes agentes funcionam como colegas de trabalho altamente competentes e sempre disponíveis, capazes de assumir tarefas operacionais e repetitivas, liberando os colaboradores para se dedicarem a atividades mais estratégicas e criativas. Isso não só aumenta a eficiência dos processos, mas também contribui significativamente para a satisfação e o desenvolvimento profissional dos funcionários.
Com mais tempo livre, os colaboradores podem explorar novas áreas de interesse e aprimorar habilidades que são cruciais no mercado de trabalho moderno. Esse ambiente de trabalho enriquecido, onde a tecnologia e o talento humano colaboram harmoniosamente, ajuda a atrair profissionais de alta qualidade, solidificando a reputação da empresa como uma marca empregadora inovadora e desejável.
As organizações que lideram essa revolução também estão moldando e investindo nas suas próximas versões. A Amazon continua a destinar recursos para automação e inteligência artificial, com foco em melhorar seus serviços e criar oportunidades de desenvolvimento interno para os colaboradores. Iniciativas como o "Upskilling 2025" demonstram como a reinvenção dos negócios e a capacitação da força de trabalho estão intrinsecamente ligadas.
Acredito que essa disposição para abraçar a mudança mostra o empenho das empresas em inovar, melhorar seus processos internos, oferecer um ambiente de trabalho, seja físico ou virtual, mais satisfatório para as equipes e atender às novas demandas de consumo. A reinvenção dos negócios é, portanto, mais do que uma questão de adaptação: é sobre assumir um compromisso constante com o crescimento e a evolução, tanto da companhia quanto das pessoas que a compõem. Pense nisso!
Gustavo Caetano é fundador da Samba, especialista em soluções digitais simples, inteligentes e eficazes que impactam significativamente os resultados, proporcionam vantagens competitivas e perpetuam com maturidade os clientes no mercado. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.