Acabei de ler uma pesquisa da FGV sobre pedidos de demissão em 2024, na qual a pesquisadora Janaina Feijó expõe o seguinte: A consultoria 'Intelligent' realizou uma pesquisa recente com quase 1.000 líderes empresariais norte-americanos. Os resultados, por sua vez, revelaram que quase 60% das empresas demitiram pessoas da geração Z, que inclui jovens entre 18 e 24 anos, contratados a menos de um ano.

Questões comportamentais e comunicacionais

Os principais fatores apontados estão ligados a questões comportamentais e comunicacionais, revelando um outro aspecto do impacto da característica geracional na dinâmica das demissões.  "Sabemos que uma pessoa tende a ser contratada pelas habilidades técnicas e demitida pelas socioemocionais. A geração Z vem menos preparada para lidar com o estresse, tem menos resiliência. Além disso, o conhecimento técnico ainda está se formando", explica Janaina Feijó (pesquisadora). Em adição às minhas manifestações no Podcast 200 do RH pra Você, esclareço que sou de opinião que a data de nascimento não define a personalidade dos indivíduos, embora o ambiente social influencie de forma importante o estilo de vida das gerações.

Comportamento das gerações

Os fatores que influenciam o comportamento das gerações são, ao meu juízo, a moralidade dos poderes instituídos, a estrutura familiar, os meios de comunicação, e a qualidade das escolas. A acelerada mudança do ambiente social, fortemente impactado pelo crescente uso da Tecnologia da Informação, vem sendo degradado nas duas últimas décadas, pelo aparelhamento político-ideológico das instituições públicas, principalmente nas escolas e nos meios de comunicação. Inegavelmente, a desmoralização do poder público, o desvirtuamento do poder judicial, e a liberalidade sexual vêm degradando a instituição familiar, o último guardião da moralidade social.

As gerações e as mudanças

A rapidez das mudanças nas gerações Y e Z torna cada dia mais difícil a absorção de seus efeitos pelas gerações anteriores, o que, aparentemente, continuará acelerando nos próximos anos. A geração X, nascida entre 1965 e 1980, lidera hoje as atividades sociais. Além disso, essa geração acompanhou o desenvolvimento tecnológico praticamente desde o início, em um ambiente bastante conservador quanto a responsabilidades pessoais e hábitos comportamentais herdados das gerações anteriores. Possuem uma visão mais ampla de direitos individuais, aceitam responsabilidades, são resilientes e facilmente adaptados aos trabalhos em grupo. A geração Y, nascida entre 1981 e 1996, é nativa digital e foi educada por pais da geração X ou anteriores num ambiente liberal. Ademais, essa geração é fortemente protegida, o que a torna mais egoísta e menos disciplinada quanto a responsabilidades pessoais. É pouco comunicativa, resistente a subordinação, e pouco respeitosa. Necessita lideranças fortes e compensação pecuniária atrativa para engajamento profissional estável.

Dependente digital

A geração Z (nascidos entre 1997 e 2012), é “dependente digital”, educada por pais X e Y, liberais e fracos disciplinarmente. É também conhecida como a geração “Nem-Nem” - não trabalha, nem estuda. Fortemente protegida pelos pais, a geração Y tende a ser egoísta e indisciplinada. Além disso, é resistente a responsabilidades pessoais, má nas comunicações e pior nos relacionamentos interpessoais. É resistente a hierarquias, nada respeitosa e dá pouca importância a empregos. São mais empreendedores individuais do que coletivos. Não há como evitar o ambiente multigeracional. Portanto, a geração X e as anteriores precisam enfrentar o desafio. Além disso, elas devem formar líderes capacitados para sustentar um meticuloso programa de desenvolvimento comportamental das gerações Y e Z. Este programa vai das Qualidades Essenciais às Atitudes Mentais Adequadas. Esses tópicos são abordados nos e-books de autodesenvolvimento 'Sucesso Social e Profissional'.– veja detalhes . Vicente Graceffi, consultor em desenvolvimento pessoal e organizacional. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.