Transitar de uma carreira assistencial, como medicina ou enfermagem, para uma carreira executiva é desafiador. Não se trata apenas da complexidade operacional, mas da dificuldade em tomar essa decisão.

Após anos de estudos entre faculdade, residência e especializações, “sentar do outro lado da mesa”, como falamos, não é simples. Na formação acadêmica, muitas vezes não recebemos as bases necessárias para ser um bom gestor. Temas como liderança, orçamento, marketing e planejamento estratégico não fazem parte do currículo básico.

Então, de repente, um médico que trabalha em diversos empregos, incluindo aquele emprego público concursado, pode ser convidado para supervisionar uma equipe ou iniciar atividades de auditoria.

Embora as pessoas sejam diferentes, cada profissão tem suas particularidades. No caso dos médicos, eles costumam não “colocar todos os ovos na mesma cesta”. Quando isso acontece, geralmente significa que estão deixando de lado a prática clínica para se dedicarem completamente a uma nova carreira, como a de Executivo de Saúde.

É comum que profissionais de saúde mantenham suas atividades assistenciais periféricas mesmo enquanto trabalham em áreas de gestão durante o horário comercial. Alguns o fazem por prazer, outros por receio de abandonar completamente a prática clínica, e poucos apenas pelo dinheiro.

No entanto, se você não está nesse grupo por prazer, é importante atentar-se. Você pode estar prejudicando seu desenvolvimento como gestor por não se dedicar totalmente. Ao mesmo tempo, suas atividades assistenciais podem ser negligenciadas e perder sua essência.

Ser um Executivo de Saúde deve ser motivo de orgulho, pois trata-se de um profissional que teve que aprender duas profissões distintas e tomar uma das decisões mais difíceis da vida: abraçar a gestão com a mesma paixão que dedicou à assistência.

Dr. Ricardo Ramos, CEO da Sandbox Data For Health, Médico e Cirurgião Geral com Pós-Graduação em Administração de Negócios, membro de conselhos de administração e consultivos. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.