Nesta coluna optei escrever sobre um tema fundamental na vida de todos de nós, e que tenho presenciado que muitos não dão o devido valor, e que está relacionado ao poder das nossas escolhas, pois é este que direciona as nossas carreiras e consequentemente as nossas vidas.

Muitas vezes as escolhas certas aparentemente poderão nos levar contra a direção dos ventos, mas deveremos continuar seguindo em frente.

O título deste artigo surgiu de uma conversa com duas pessoas especiais que sem muita explicação a vida me deu a oportunidade de conhecer, uma delas é a Virna Dias (ex jogadora da seleção brasileira de vôlei) e outro o Luizomar de Moura, um dos melhores técnicos de vôlei do Brasil, que dirige o vencedor time de feminino de Osasco.

No meio de um bate-papo eis que eles me colocam na mesa, devido as suas inúmeras experiências a seguinte frase na mesa: “olha … não podemos esquecer do que a vida mais nos ensinou … ela não tem REPLAY, por valorizar e capturar as oportunidades no momento é essencial”.

Essa reflexão de que a vida não tem replay é retratada na trajetória destes dois ícones do esporte brasileiro, VIRNA começou a jogar vôlei e logo foi chamada para a seleção Infantil do Rio Grande do Norte, jogou mais de uma temporada na Itália, venceu algumas vezes o Grand Prix, foi vice-campeã Mundial pela seleção, jogou Jogos Olímpicos e Pan-americano ganhando medalhas em ambos, venceu a Superliga inúmeras vezes, sendo uma delas pelo Flamengo, seu clube de coração, foi ainda jogar o circuito de vôlei de praia e se tornou depois comentarista esportiva em grandes redes da TV brasileira.

LUIZOMAR é outro com história de sucesso, exerceu a função de auxiliar de Marcos Aurélio Motta na seleção feminina principal, depois assumiu o comando da seleção brasileira infanto-juvenil e em sua primeira competição, a equipe conquistou a medalha de bronze no Mundial. Eu um movimento importante trocou a equipe de Campos pela Oi/Macaé, obtendo o inédito terceiro lugar na Superliga, e o êxito resultou no convite do Finasa/Osasco para assumir a equipe principal. Em 2009, a direção do Finasa anunciou a extinção da equipe adulta, surpreendendo a comissão técnica e as atletas. Junto com o prefeito de Osasco, Luizomar negociou com empresários locais e garantiu a permanência da equipe, assumindo também o cargo de gerente administrativo. Após alguns meses, a Nestlé foi anunciada como nova patrocinadora e este time foi campeão paulista, da Superliga, Sulamericano e Mundial, ainda continua sendo um dos principais time do cenário mundial de clubes.

O que notei não só nas histórias da Virna e do Luizomar, mas em outras de sucesso na carreira que me aprofundei, é que por saber que a vida e a carreira não tem “replay”, estas pessoas não fugiram dos diálogos duros, necessários e que requerem coragem. A fuga deste diálogo, principalmente quando focamos nas carreiras executivas, fazem com que os profissionais se estacionem na zona de conforto, local onde não se desenvolve e com isso faz com que não avancem no mapa de carreira / mapa da vida.

Diante da palavra coragem, não poderia esquecer do meu colega, que sou eternamente grato pelos seus conselhos, o querido Ricardo Farah, e principalmente de um dos seus textos que foi publicado em seu blog (http://ricardofarah.blogspot.com.br/2012/11/o-dia-das-conversacoes-corajosas.html), onde ele destaca que é essencial sabermos fazer escolhas, e estas escolha estão relacionadas a importância de ter as conversações corajosas em nossas vidas.

Abaixo destaco um trecho do texto que acima citei de é autoria do Farah:

“Em meu processo de amadurecimento cada vez fica mais claro que para mim a ordem do dia é ter conversações corajosas. O que são conversações corajosas? Todas aquelas conversações que precisamos ter conosco mesmo ou com os outros e que vamos adiando por uma série de razões.

Razões internas e externas ( estas e muitas outras sempre fundamentadas nos nossos medos): medo de nos machucarmos ao enxergarmos a verdade que pode doer, medo de perdermos a autoimagem que demorou tanto tempo para ser construída, medo de perdermos a imagem que o outro tem de nós (duplo engano),  medo da reação do outro à nossa conversação corajosa, medo de perdermos amigos, de perdermos relacionamentos e assim por diante. Às vezes até medo do medo de não sabermos como falar com o outro.

No entanto, no dia-a-dia tenho descoberto dois caminhos que funcionam muito bem para mim. Ser verdadeiro na expressão de meu sentir e ser amoroso ao ter conversações corajosas comigo mesmo e com o outro.

Ser verdadeiro não significa ser o dono da verdade, mas estar bem consciente de que em determinada situação aquilo traduz uma realidade na qual eu vivo ou o outro vive. Se quero afirmar a “minha” verdade  perante o outro inevitavelmente estarei negando a verdade  do “outro” e isto por si só gerará conflito.”

Plano de Carreira ou Mapa de Carreira é igual a Plano de Vida = Escolhas = Conversações Corajosas = Papo de Carreira

Se deixamos de ter as conversações corajosas, principalmente as relacionadas com o papo voltado as nossas carreiras, seja ela com nós mesmos, com os nossos líderes e com a nossa organização em geral, deixamos muitas vezes a oportunidade ir embora ou como diz o ditado deixamos o “cavalo encilhado passar em nossa frente”, como sempre destaca o empresário Marcel Telles.

Nesta entrevista (https://youtu.be/mzcHVpbHIZo), que vale a pela assistir, Marcel Telles cita o aprendizado que o pai dele o deixou sobre as oportunidades e o “cavalo encilhado”

Por isso se a carreira não tem replay busque feedbacks das pessoas importantes nas sua vida, a partir disso tenha e atualize frequentemente o seu plano de desenvolvimento que sustenta seu plano de carreira, seja curioso, busque novos conhecimentos, se recicle, invista tempo e dinheiro para a sua melhor formação, leia e fortaleça seu networking diariamente.

Gustavo Mançanares Leme, executivo de RH com experiências em processos de transformações culturais e turn around de negócios. É um dos colunistas do Rh Pra Você. Foto: Divulgação. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.