RH Transformador: a fronteira geradora que as práticas de RH devem atravessar para construir 'trabalho sustentável'".
Organizar o trabalho e gerenciar as pessoas de maneira sustentável continua a ocupar, após a pausa de verão europeu 2024. Além disso, este tema mantém um lugar de destaque nas agendas de gestores e funções de RH. Com efeito, observamos a repetição ou a adoção em maior escala de práticas que sugerem que o esforço nessa direção ainda é insuficiente.
Baixa motivação dos trabalhadores
Na Itália, as mortes e os acidentes de trabalho continuam a aparecer nas manchetes com frequência e gravidade dramáticas. Ademais, relatórios de diversas fontes destacam baixos níveis de motivação dos trabalhadores e largamente inadequados para responder aos desafios competitivos e às múltiplas transições que estamos atravessando.
Inegavelmente o senso generalizado de desconforto nos ambientes de trabalho indica que as pessoas não se sentem à vontade e que a escuta de suas demandas deixa a desejar.
Provavelmente, está faltando aquela
mudança de mentalidade necessária aos protagonistas do trabalho, especialmente aos gestores. Essa mudança é crucial para realizar, com determinação, um processo de transformação duradouro em direção à sustentabilidade.
É preciso maior engajamento
Às vezes, tem-se a impressão, ao ouvir, que não estão claros os fatores e as condições que possibilitam o trabalho sustentável e o bem-estar das pessoas. Muitas vezes, esses pontos não são aprofundados, como no jogo do Monopólio. Conforme o jogo prefere-se pular essa etapa e ir diretamente para a próxima casa, onde está escrito: "o importante é promover iniciativas que ressoem com a sustentabilidade". Em suma, é mais recompensador mostrar interesse pela agenda 2030 e pelos critérios ESG do que internalizar seus princípios para que guiem a ação.
Talvez seja necessário mais inspiração, pois não bastam os frios relatórios sobre os KPIs escolhidos. Eles são necessários, claro, mas o risco é que a abordagem de prestação de contas, como diria Mario Calderini, prevaleça sobre aquela transformadora e revolucionária da sustentabilidade, inclusive no trabalho.
"Homo Faber"
Pode ser de grande valor, dessa perspectiva, refletir sobre um pensamento que retiro de um ensaio de Alain Supiot. O jurista francês escreve que, para ser realmente humano, o trabalho "deve dar ao homo faber a possibilidade de colocar uma parte do que ele é no que faz, de dar corpo aos seus pensamentos, de realizar fora de si o que concebeu dentro de si".
Se conseguíssemos refletir sobre essas poucas palavras, poderíamos obter grande inspiração para orientar os esforços dos gestores e das funções de RH. Dessa forma, seríamos capazes de construir um trabalho sustentável e duradouro.
A reflexão inspirada no escrito de Supiot sugere que, para ser sustentável, o trabalho deve refletir ao menos em parte o que somos em termos de personalidade, competências e aspirações. Caso contrário, o trabalho corre o risco de se tornar, na leitura marxista, apenas uma fonte de alienação. Para que o trabalho possa refletir, ao menos em parte, quem somos, precisamos que alguém se interesse em realizar uma ação de escuta das pessoas.
Planejamento do trabalho
Ademais, é essencial que haja um planejamento coerente do trabalho. O trabalho não pode ser apenas dado e atribuído. Pelo contrário, deve ser co-construído para gerar bem-estar, motivação e satisfação, como algumas práticas eficazes nos mostram.
Áreas de trabalho nas quais se inspirar no pensamento de Supiot existem, e talvez toquem todas as práticas de gestão de recursos humanos. A formação é um terreno importante. Além disso, não deve ser vivida apenas como uma exigência que vem de cima, mas precisa incorporar também as necessidades das pessoas. Os programas de requalificação muitas vezes pulam a fase de escuta e vão diretamente para a execução sem reciprocidade.
Outro campo interessante é o desenho de carreiras e a gestão da mobilidade profissional.
Essas oportunidades são grandes para implementar o trabalho sustentável. Por outro lado, elas recorrem à alavanca do envolvimento e da participação, permitindo realizar fora de si o que se concebeu dentro de si.
Esta é a fronteira geradora que as práticas de gestão de recursos humanos devem atravessar para entrar no território do trabalho sustentável.
Por Gabriele Gabrielli, coach, consultor e treinador. É CEO do Studio Gabrielli Associati Srl e People Management Lab s.r.l Società Benefit e Bcorp. Presidente da Fondazione Lavoroperlapersona, é professor da Universidade Luiss Guido Carli onde leciona Organização e Gestão de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas e Recompensas. Artigo publicado originalmente em 2024 na HR ONLine da AIDP – ‘Associazione Italiana per la Direzione del Personale‘.
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