O cuidado com a saúde mental e o bem-estar dos seus colaboradores está no seu planejamento para 2025?

48% dos profissionais com algum transtorno em sua saúde mental acreditam que as empresas não se preocupam com o bem-estar dos colaboradores. Entramos em um novo ano, mas muitos profissionais podem trazer consigo para 2025 o cansaço fruto de um 2024 de sobrecarga no trabalho. Um levantamento do LinkedIn, inclusive, mostrou que 87% dos profissionais brasileiros se sentem sobrecarregados com a rapidez das mudanças no ambiente corporativo e alegam sofrer com essa pressão. Ao mesmo tempo, um estudo da Fundação Getúlio Vargas indicou que 48% dos profissionais com algum transtorno mental acreditam que as empresas não se preocupam com o bem-estar dos colaboradores. Cuidar da saúde mental das equipes deixou de ser apenas um diferencial competitivo para se tornar uma responsabilidade ética e estratégica das empresas. Penso que o bem-estar mental precisa ser um dos pilares centrais da cultura organizacional de qualquer empresa e não encarar a saúde mental como um problema individual, mas como uma questão coletiva, que reflete diretamente no ambiente de trabalho e na produtividade da equipe.

Identificando os sinais de alerta

Um dos primeiros passos para que as empresas promovam um ambiente saudável é reconhecer quando a cultura organizacional está prejudicando a saúde mental. Sinais como alta rotatividade de funcionários, aumento de licenças médicas por transtornos psicológicos e uma comunicação ineficaz entre equipes são indícios de que algo está errado. Quando o clima organizacional está permeado por falta de empatia, metas desumanas e sobrecarga constante, é um alerta de que mudanças urgentes são necessárias.

Práticas e políticas para equilibrar produtividade e bem-estar

A implementação de práticas que conciliem produtividade e bem-estar é fundamental. Para isso, o RH deve atuar de maneira estratégica e preventiva. Compartilho aqui algumas ações práticas que acredito ter o potencial para transformar o ambiente de trabalho:
  • Oferecer apoio psicológico: incluir sessões gratuitas ou subsidiadas com psicólogos e terapias dentro do pacote de benefícios.
  • Flexibilizar jornadas de trabalho: permitir horários alternativos ou home office para favorecer o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
  • Criar espaços de desconexão: incluir áreas para relaxamento no ambiente físico ou momentos de pausa durante o dia.
  • Realizar pesquisas de clima organizacional: avaliar periodicamente o estado emocional dos colaboradores e ajustar estratégias conforme os feedbacks.
  • Capacitar gestores: promover treinamentos regulares sobre empatia, comunicação não violenta e gestão de conflitos.
  • Garantir metas realistas: evitar metas inatingíveis que gerem sobrecarga emocional.
  • Promover workshops sobre saúde mental: abordar temas como autoconhecimento, mindfulness e práticas de autocuidado.
Algumas dessas iniciativas são simples, mas têm um impacto significativo, porque quando os colaboradores percebem que a empresa valoriza sua saúde, eles se sentem mais seguros e motivados.

Capacitação de líderes e gestores: peça-chave no cuidado

Os líderes desempenham um papel fundamental nesse processo. Contudo, muitos gestores ainda carecem de preparo para lidar com questões relacionadas à saúde mental. Os líderes precisam aprender a identificar comportamentos de risco e saber como agir de forma empática. A capacitação não é apenas técnica, mas envolve também sensibilização sobre a importância de priorizar o bem-estar emocional.

Erros comuns e como evitá-los

Embora muitas empresas estejam se mobilizando para melhorar a saúde mental dos colaboradores, acredito que alguns erros recorrentes podem (e precisam) ser evitados.
  • Iniciativas desconectadas da realidade: implementar programas genéricos que não atendem às necessidades reais da equipe.
  • Falta de continuidade: promover ações pontuais, sem monitoramento ou aprimoramento constante.
  • Ausência de liderança engajada: quando gestores não participam e apoiam as iniciativas, a mensagem de cuidado perde força.
  • Comunicação ineficiente: deixar de comunicar claramente os objetivos e os benefícios das ações de saúde mental.
Tratar a saúde mental como uma obrigação de curto prazo prejudica a confiança dos colaboradores. É preciso que essas iniciativas sejam parte da essência da empresa.

Benefícios para os colaboradores

Investir na saúde mental dos colaboradores traz benefícios que vão além do ambiente profissional. Entre eles:
  • Aumento da autoestima e da segurança psicológica: os colaboradores se sentem mais valorizados e ouvidos.
  • Maior engajamento e produtividade: um funcionário saudável mentalmente tende a ser mais criativo e comprometido.
  • Redução do absenteísmo: menos licenças médicas relacionadas ao estresse ou burnout.
  • Melhoria nas relações interpessoais: o ambiente se torna mais harmonioso e colaborativo.
  • Melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional: práticas como a flexibilização de horários ajudam os colaboradores a terem mais qualidade de vida.
Empresas que priorizam a saúde mental de seus colaboradores, além de melhorar o clima organizacional, também colhem benefícios como maior engajamento, produtividade e retenção de talentos. Vejo a atuação de Pessoas e Cultura para conscientizar sobre o assunto e engajar a liderança como indispensável para construir ambientes de trabalho mais saudáveis, humanos e inclusivos. Com uma cultura organizacional que valorize os esforços e respeite os limites de cada colaborador, a gente fica um passo mais próximo de fazer de 2025 um ano mais leve, em que o trabalho possa ser parte edificante da nossa vida, e não somente sinônimo de sobrecarga e pressão. saúde mental_foto do autor Por Rennan Vilar, diretor do departamento de Pessoas & Cultura do Grupo TODOS Internacional.        
Ouça o episódio 191 do podcast RH Pra Você Cast, “Novo certificado de saúde mental: o que, afinal, é esperado das empresas?”
Em março, entrou em vigor a Lei 14.831, que estabelece um certificado reconhecendo empresas como promotoras do bem-estar e qualidade de vida de seus colaboradores. Mas o que exatamente essa lei exige? Analogamente, será que as práticas comuns são suficientes para obter a certificação? A fim de explorar mais esse assunto, a advogada Maria Lucia Benhame, especialista em direito empresarial, nos orienta sobre essa nova legislação. Portanto, confira! Não se esqueça de seguir nosso podcast bem como interagir em nossas redes sociais: Facebook Instagram LinkedIn YouTube