A pandemia do coronavírus trouxe às empresas três grandes desafios: o cuidado com a saúde dos colaboradores, a garantia da continuidade dos negócios e o engajamento das pessoas na cultura da companhia. A boa notícia é que tem sido observada proatividade por parte das companhias e percebe-se uma sensação de genuína preocupação com a saúde de todos. No entanto, as ações têm sido tomadas sem um grande planejamento, como aconteceu com a política de home office.

Nas corporações mais maduras, tal prática já existia, por um bom motivo: quando se tem uma mão de obra fluida, os funcionários conseguem trabalhar de forma remota e existe uma arquitetura de talentos. Mas um percentual expressivo de empresas brasileiras não tinha o home office implantado, e teve que fazê-lo de um dia para o outro, a fim de garantir a continuidade dos negócios.

Em um momento de tanta incerteza, pode haver certa paralisia do corpo de colaboradores. Depois da onda do medo de ficar doente e de ver os parentes adoecerem, vem a ansiedade pela volta ao normal: até quando isso vai durar? Para obter engajamento com a cultura da empresa, é essencial um plano estruturado de comunicação, em que as pessoas são colocadas no centro da estratégia. Negócios que desenvolvem boas narrativas estão prosperando e encontrando formas inteligentes de sobreviver de maneira diferente e engajada.

Quem tem uma boa política de pessoas e uma equipe com um mindset laboratorial de inovação e criação soube transformar dificuldades em oportunidades, se reinventou e está crescendo. São companhias que assumiram posicionamento anticíclico, e estão abrindo seu capital e pensando em como reter seus colaboradores, atrair talentos e criar um plano de previdência competitivo.

Por outro lado, as corporações que não conseguiram reagir precisam de ações de eficiência, que passam por transformar a sua organização e os Recursos Humanos, desenhar políticas e buscar formas de trabalho mais eficientes. É importante que os líderes reflitam sobre a fase em que sua companhia se encontra, o que é fundamental para a tomada de decisões.

Saúde dos colaboradores
A ansiedade em relação à estabilidade de emprego trouxe picos de saúde mental que exigiram cuidados e políticas específicas. Houve também impacto relacionado à preocupação com a cobertura dos planos, que levou as empresas a agir rapidamente, de forma a garantir seguros de vida e coberturas amplas a seus colaboradores. Agora, surge mais um ponto de atenção: com a estabilização dos números da pandemia, vem uma nova onda com mais desemprego, que deve provocar a volta de procedimentos represados.

Quando as pessoas retornarem do home office para a rotina fora de casa, haverá negociações de reajuste. É o momento para ser proativo e controlar riscos. Investir em apps de bem-estar, em ações de controle de risco e em análise de dados é o negócio do presente, para que o futuro não venha com uma surpresa na conta.

Carreiras
A área de carreiras está em ebulição, com uma série de inovações. O primeiro ponto é que as empresas estão mudando suas trilhas de carreira para o meio digital. A pandemia nos fez enxergar a necessidade de reequilibrar incentivos do curto para o longo prazo. Mas como reter a pessoa? Estamos vendo bancos fazendo benchmarking com critério de mão de obra para startup, startups discutindo modelos de parcerias, organizações estudando a mitigação de riscos de pessoas e uma transformação grande do papel de Recursos Humanos, área cada vez mais conectada com a estratégia, que avança nessa transformação e procura ganhar eficiência por meio de centros de serviços para focar em políticas com mais impacto. Fortalecendo o corpo de funcionários, o caminho em direção ao fim da crise é menos tortuoso.

Os desafios das empresas em tempos de pandemia

Por Eduardo Marchiori, CEO da Mercer Brasil.

 

 

 

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