Começo este meu artigo contando uma situação real que aconteceu comigo e com o meu time na semana passada.

Um novo processo foi desenhado, apresentado e implementado e na primeira vez que foi ao ar, um líder da empresa argumentou ao liderado responsável pelo projeto:

"O processo está errado, você deixou uma informação antiga"

Prontamente o liderado respondeu: "Vou alterar".

Vamos analisar a situação.

Não é sobre certo e errado. A diferença aqui está ancorada na interpretação do líder e não na execução do liderado e é por isso que resolvi escrever sobre O PESO DO CRACHÁ.

Quando você tem certeza de que está certo, mas alguém diz que está errado, é importante ponderar!

Entendo que é difícil e às vezes muito desafiador questionar os níveis acima, mas reforço: se você tem certeza de que está certo, você precisa ter a atitude de se posicionar.

E por isso te dou 3 dicas atitudinais de como respeitar, mas não aceitar o peso do crachá.

1 - Assertividade: Defenda sua posição com confiança

Seja claro e direto ao explicar por que você acredita que está certo, sem ser agressivo. Use declarações assertivas, como

"O processo está certo porque a lógica é que as informações sejam apresentadas de forma transparente, por isso….

Ou então, você pode argumentar em cima de dados: "Baseado nas informações e dados que tenho, os números demonstram que..."

Não se esqueça: Use evidências concretas e exemplos reais. Isso fortalece o seu argumento e contestação.

2 - Comunicação eficaz: Use linguagem clara e simples

Evite jargões ou termos técnicos que a outra pessoa possa não entender. Isso evita mal-entendidos. Nessas horas, menos é mais e o simples se conecta melhor.

Fale de maneira calma e controlada, não precisa ficar ansioso, nervoso, ou qualquer outro sentimento que passe uma mensagem de insegurança.

Se você está seguro sobre o processo, mantenha o foco, a calma e a serenidade enquanto apresenta os seus argumentos.

3 - Tenha curiosidade: Faça perguntas e busque aprender com a situação

Perguntas como "Você pode me explicar mais sobre sua interpretação? Por que você entendeu que o processo está errado? Qual é a sua expectativa?

Todas essas perguntas podem abrir espaço para um diálogo mais profundo e produtivo para você ter a oportunidade de entender como a pessoa pensa e o que a fez ter tal interpretação sobre o processo em questão.

Se abrir ao diálogo, ter empatia pela interação com o seu líder com certeza te trará feedbacks importantes de como construir, executar e implementar os próximos projetos, minimizando assim, os ruídos futuros.

Mesmo que você esteja certo, a outra pessoa pode ter insights valiosos e aí sim, vale demais esse PESO DO CRACHÁ, afinal ninguém está acima de você "à toa", neh?

Veja a situação como uma oportunidade de aprendizado, principalmente se você sonha em um dia, sentir esse PESO DO CRACHÁ do outro lado, como líder!

Por Janaína Peroto, Head de Pessoas da Foregon e responsável pelo case – mais de 12 anos de experiência na área de recursos humanos com passagens por grandes corporações.

Ouça o episódio 149, “Líder, já colocou a empatia no seu currículo?“. Na busca por uma gestão mais humanizada e em um momento em que o perfil das lideranças vem passando por transformações, a empatia surge como uma habilidade-chave para os líderes. Mas o que significa, na prática, ser um profissional empático? Como desenvolver essa habilidade? A pandemia e os períodos de crise também evidenciam a importância das soft skills no ambiente organizacional. Como o RH pode contribuir para que esse conceito faça parte da cultura da empresa? Conversamos com Vivian Laube, Especialista em Liderança e Comportamento Organizacional, e Priscila Monaco, Diretora Senior de RH da Visa. Acompanhe!

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Capa: Depositphotos