Lições do trabalho na pandemia: o que devemos manter e o que descartar?
As consequências da pandemia fizeram com que o ano de 2020 fosse transformador para o mercado de trabalho. A adesão ao home office aumentou, novas áreas cresceram e expandiram suas contratações, enquanto outras precisaram cortar gastos e, infelizmente, demitir colaboradores.
O trabalho remoto, aderido por diversas empresas de diferentes portes, proporcionou a milhares de trabalhadores a oportunidade de trabalhar do conforto de casa e para diferentes lugares do país.
Em 2019, era distante o pensamento de fazer parte do quadro de funcionários de uma empresa de um estado e morar em outro, hoje isso é perfeitamente possível, e até mesmo trabalhar em outro país e continuar morando no Brasil está próximo da nossa realidade.
Além de expandir oportunidades para mais pessoas, essa mudança aumenta as chances de encontrar talentos que não estariam disponíveis.
Entretanto, o empregador deve ficar atento a pequenos erros de gestão que foram cometidos durante esse período de mudança no formato de trabalho. Reuniões excessivas, controle desnecessário e a desconfiança em relação ao trabalho do colaborador devem ficar para trás e o mundo corporativo precisa adotar uma postura de confiança e empatia.
O processo de trabalho assíncrono é o futuro, pois não há a exigência de que o funcionário e a empresa estejam conectados em tempo real, facilita a rotina, aumenta a produtividade e não coloca pressões desnecessárias nos funcionários.
Atualmente, existem diversas ferramentas no mercado que auxiliam o remote work, como o Slack e o Rocket Chat, ideais para discutir e tomar decisões em conjunto, sem que todos precisem estar conectados ao mesmo tempo.
Com o avanço da vacinação, o trabalho híbrido também se tornou uma pauta bastante discutida no setor, segundo pesquisa feita pela organização Great Place to Work. De acordo com o estudo, 64,7% dos trabalhadores preferem este modelo de trabalho.
Trabalhando hibridamente, há a chance de interagir com os colegas pessoalmente, fazer reuniões no ambiente corporativo, mas sem abrir mão do conforto de trabalhar em casa em alguns dias da semana – além do conforto, o modelo aumenta a qualidade de vida, reduz o tempo de exposição ao trânsito e, consequentemente, motiva o funcionário.
Entretanto, profissionais seniores de alguns setores – como os de tecnologia e produto – preferem o regime de remote work, pois já possuem uma boa estrutura de trabalho em suas residências, e não enxergam a necessidade de retornar ao escritório. Manter o trabalho remoto será um grande diferencial no momento de contratar estes profissionais.
Outro ponto que ainda é uma pedra no sapato do mercado de trabalho: os longos e exaustivos processos seletivos cheios de etapas com testes, vídeos, provas e entrevistas. Essa prática já acontecia antes da pandemia, mas cresceu por conta do home office e precisa ser urgentemente repensada.
Caso contrário, bons talentos desistirão do processo na metade. Algumas empresas estão mudando este cenário aplicando live tests, no qual o candidato consegue mostrar suas habilidades em um processo seletivo ao vivo com o recrutador, otimizando o tempo de ambas as partes.
Atualmente, deixar grande parte da seleção nas mãos de algoritmos pode facilitar a seleção e otimizar o tempo do candidato da empresa. O cuidado deve ser apenas no momento de escolher a solução ideal para fazer essa seleção.
É preciso levar em conta as habilidades, identificação da cultura da empresa e, jamais, esquecer o lado humano para realizar boas contratações.
Em um período de pouco mais de ano muitas coisas mudaram repentinamente e ainda precisam ser aperfeiçoadas. Nos próximos anos, o remote work crescerá mais e será fundamental para captar e manter bons profissionais.
Olhar para frente é pensar em soluções mesmo quando não há um momento de crise. Algumas soluções que vimos depois de 2020 poderiam ter sido desenvolvidas e aplicadas antes - como o trabalho remoto que já funciona há anos em diversos países.
Por Pedro Luiz Pezoa, CEO da Pointer, startup focada em contratações eficientes de profissionais de alto nível das áreas de Produto, TI e Design.
Para conhecer mais sobre gestão corporativa no trabalho remoto, ouça o PodCast do RHPraVocê, episódio 81, "Do escritório ao home office, assédio nas empresas é uma realidade e precisa ser combatido" com André Costa, entrevistador forense e advogado especializado em assédio moral e Dra. Veridiana Police, especialista da área trabalhista e sócia do escritório Finocchio & Ustra, clicando no app abaixo:
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