Como o esporte nos ensina para vida pessoal e profissional
Quando era pequenina, desde que aprendi a andar, minha mãe me levava pela mão para atravessar as ondas da arrebentação na praia e aprender a estar sem pé ao sabor das ondas!
Era uma delícia, nos Verões longos em Portugal, em que o sol se põe pelas 22h! Passava o tempo todo na água, ao sabor de um mar gelado, para os meus parâmetros de hoje! O mar era um lugar de descontração e conexão, e, simultaneamente, o respeitava por seu poder!
Mas eu fui ter a primeira aula de natação real depois dos 40 anos, já em São Paulo, quando buscava uma atividade que encaixasse com a minha rotina profissional e pessoal. Detestava no início, esse nadar para trás e para a frente, contando azulejo e me perdendo no número de piscinas a fazer com os meus pensamentos aleatórios!
Hora de nadar em mar aberto
Uma vez um vizinho de condomínio me falou de uma competição de natação em mar, coisa que eu não sabia existir. Nesse momento, um click se deu na minha cabeça e as minhas aulas de natação em piscina passaram a ter uma visão: nadar a Fuga das Ilhas, Fiquei bem animada. Nunca tinha medido as distâncias ou tempos no passado, mas sabia que pelo menos não me assustaria com as madurezas do mar! Aos poucos a natação foi começando a tomar consistência na minha rotina.
Só que agora me colocava no lugar de aprendiz! Todos nadavam mais rápido do que eu. Descobri que os nadadores da minha idade quase todos tinham sido nadadores de competição desde criancinhas!
Natação como um momento de conexão e superação
Hoje, a natação ocupa um espaço importante na minha vida. Nado diariamente para me preparar para o próximo evento e a cada evento tento evoluir face à minha performance anterior! É uma competição comigo mesma, em que algumas vezes tenho que lidar com a minha frustração de não receber nenhuma medalha!
Mas a natação é mais do que isso: é o momento em que me reconecto comigo mesma e entro em forma física. Além disso, é onde libero energias para descontrair dos desafios e frustrações do dia a dia, no malabarismo entre as diversas atividades e responsabilidades pessoais e profissionais. E no mar é liberdade e superação.
Não significa que vou todos os dias de prontidão para a piscina. Muito pelo contrário, aprendi que não chega ter a motivação, é necessário a disciplina. Todo o dia, quando toca o despertador, continuo me perguntando, “Que desculpa posso arranjar hoje para não ir nadar?”. A resposta vem invariavelmente, “Nenhuma, só depende de ti, levanta-te!”. Todo dia é uma decisão intencional. E a minha evolução, mesmo que lenta, vem dessa consistência.
A metáfora da natação em águas abertas e a imprevisibilidade nos negócios
Por fim, ainda uso a natação em águas abertas como uma metáfora para o dia a dia, pessoal ou profissional, de entrega de resultados e execução de projetos. Fazemos um plano e nos preparamos – nadar em piscina em condições ideais – e depois vamos para o mar – a realidade que não controlamos. Entramos dentro d'água e apontamos em direção à nossa meta de chegada, mas no mar tem onda, vento, corrente e coleguinha.
Então, para não perder o norte, é necessário levantar a cabeça e olhar para a frente regularmente. Dessa forma, podemos aferir e ajustar a direção, pois, se não o fizermos, os elementos do mar nos tiram da rota, tal como na nossa vida!
Por Susana Azevedo, graduada em engenharia mecânica no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, começou a carreira como líder de equipe de operações na Autosil, empresa de baterias de arranque em Portugal. Com experiência de mais de 10 anos em coaching e facilitação, tanto presencial quanto virtual, desenvolve programas para desenvolvimento profissional e mudanças organizacionais, integrando competências técnicas, de gestão e liderança.
🎧 Ouça o Podcast RHPraVocê Cast, Episódio 203: “Como Resgatar a Saúde Mental do Profissional Brasileiro?”
Pesquisas Alarmantes sobre a Saúde Mental no Brasil
Não é difícil encontrar pesquisas e relatórios com estatísticas alarmantes sobre a saúde mental do profissional brasileiro. Seja por questões pessoais ou acontecimentos no trabalho, índices de depressão, ansiedade e tristeza são altos. Esses fatores colocam o Brasil em posições preocupantes nos rankings de incidência. Além disso, com o burnout, o panorama não é diferente.
Mudando o Cenário da Saúde Mental no Trabalho
É possível mudar esse cenário? Sim, é possível. Mas, o que fazer? A psicóloga clínica e organizacional Rosalina Moura, colunista do RH Pra Você, traz um olhar humano à situação. Em um papo obrigatório para todo gestor, líder e profissional de RH, Rosalina oferece insights valiosos. Confira!
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