O futuro da gestão de turnos nos cuidados da saúde: profissionais mais satisfeitos, pacientes mais bem atendidos

No Brasil, os profissionais de saúde enfrentam desafios imensos. Médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem que atuam em hospitais, postos de saúde e unidades de atendimento emergencial frequentemente lidam com cargas horárias extensas, jornadas de plantão e condições de trabalho que dificultam a conciliação entre vida pessoal e profissional. Esses desafios não apenas comprometem o bem-estar dos trabalhadores, como também colocam em risco a segurança e qualidade do atendimento aos pacientes.

Déficit histórico de profissionais

Um agravante dessa realidade é o déficit histórico de profissionais na saúde pública brasileira. Dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) mostram que o Brasil tem um índice de aproximadamente 9 enfermeiros por mil habitantes, mas grande parte está concentrada em regiões mais ricas, como o Sudeste e o Sul. Em áreas mais carentes, como o Norte e o Nordeste, a escassez é alarmante. Além disso, os baixos salários e as condições de trabalho precárias levam muitos profissionais a migrarem para o setor privado ou para o exterior, buscando melhores oportunidades. RH TopTalks As jornadas exaustivas e a falta de recursos adequados acabam gerando um ambiente propício ao esgotamento físico e emocional, contribuindo para o aumento do absenteísmo, rotatividade de pessoal e, consequentemente, para a baixa produtividade e eficiência do sistema de saúde.

E o burnout?

Estima-se que o Brasil enfrenta anualmente uma perda significativa de força de trabalho devido ao burnout, o que compromete tanto a saúde dos profissionais quanto o atendimento à população. Diante desse cenário, a implementação de tecnologias de gestão da força de trabalho pode ser uma solução fundamental. Hoje, muitas instituições brasileiras ainda utilizam métodos manuais, como planilhas ou escalas fixas, que não oferecem flexibilidade ou agilidade no planejamento dos turnos. Isso dificulta ajustes, impede trocas rápidas e aumenta os erros no pagamento de adicionais de plantão. Soluções avançadas, como sistemas informatizados de gestão de escalas, podem revolucionar a forma como as equipes são organizadas. Por meio dessas ferramentas, é possível automatizar tarefas repetitivas, personalizar os horários e permitir que os profissionais solicitem trocas ou ajustem seus turnos diretamente em dispositivos móveis. Essa flexibilidade não apenas melhora a satisfação dos trabalhadores, como também contribui para a retenção de talentos, algo essencial para o fortalecimento do SUS.

Tecnologias auxiliam no processo

Além disso, tecnologias com algoritmos inteligentes podem otimizar a distribuição de turnos, garantindo que as demandas do sistema sejam atendidas sem sobrecarregar os profissionais. Por exemplo, durante picos de demanda, como os enfrentados em surtos de dengue ou na pandemia de COVID-19, essas soluções podem ajudar a ajustar rapidamente as escalas, alocando os recursos humanos de forma eficiente e equilibrada. Ao promover um ambiente de trabalho mais humano e organizado, essas ferramentas ajudam a reduzir o estresse, melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e aumentar a motivação dos profissionais. Isso é especialmente importante no Brasil, onde grande parte dos trabalhadores da saúde exerce sua função por vocação, mas encontra dificuldades para sustentar essa paixão diante das adversidades do dia a dia. Garantir melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde no Brasil é essencial não apenas para evitar a saída de talentos, mas também para assegurar um atendimento digno e eficiente à população. Trata-se de valorizar aqueles que, com esforço e dedicação, sustentam o sistema de saúde e garantem o direito constitucional à saúde para todos os brasileiros. Gestão de turnos_foto do autor Por José Pedro Fernandes, Vice-Presidente da SISQUAL® WFM.        
🎧 Inteligência Artificial (IA): Deve Mesmo Preocupar-nos?
No episódio 158 do RH Pra Você Cast, intitulado “IA: a preocupação deve mesmo existir?”, discutimos um tema que tem gerado debates acalorados: o desenvolvimento das inteligências artificiais. Em março de 2023, veio a público a informação de que cerca de 2.600 líderes e pesquisadores do setor de tecnologia assinaram uma carta aberta. Nessa carta solicitavam uma pausa temporária nesse desenvolvimento. O argumento central é que as IAs podem representar um “risco para a sociedade e a humanidade”. Surpreendentemente, até Elon Musk, um dos maiores entusiastas da tecnologia, também assinou o documento.
Visões Contrastantes: Otimismo vs. Preocupação
Jhonata Emerick, CEO da Datarisk, diverge desse movimento de cautela em relação às IAs. A princípio, para o doutor em Inteligência Artificial, a evolução dessas tecnologias é tão natural quanto o crescimento que elas podem impulsionar. Ele argumenta que, ao longo da história, a humanidade sempre enfrentou mudanças disruptivas, e a IA não é exceção. A questão, portanto, é como nos adaptamos e aproveitamos essas transformações.
Legitimidade das Preocupações
Mas será que as preocupações em torno das IAs são legítimas? A perda de empregos é frequentemente apontada como um risco iminente. No entanto, também devemos considerar os benefícios potenciais: automação de tarefas repetitivas, diagnósticos médicos mais precisos, otimização de processos industriais e muito mais. Ainda há muito a aprender sobre o impacto real das IAs em nossas vidas.
O Desconhecido e o Potencial Inexplorado
Por fim, o que as IAs podem fazer por nós que ainda não compreendemos totalmente? Com efeito, talvez estejamos apenas arranhando a superfície de suas capacidades. Assim, à medida que avançamos, é crucial manter um olhar crítico e otimista, buscando equilibrar os riscos com as oportunidades. Não se esqueça de seguir nosso podcast bem como interagir em nossas redes sociais: Facebook Instagram LinkedIn YouTube