Inteligência Artificial no trabalho: uma visão sobre o futuro das relações profissionais

A transformação digital não é mais uma tendência distante, mas a realidade que define o ambiente corporativo atual. A Inteligência Artificial (IA), especialmente, tem sido a protagonista desse movimento, transformando os processos operacionais e as dinâmicas profissionais.  Em 2024, 72% das empresas ao redor do mundo utilizam IA em suas operações, de acordo com a pesquisa The State of AI in Early 2024, da McKinsey. O percentual representa um crescimento significativo em relação aos 55% registrados no ano anterior, destacando a rapidez com que a tecnologia tem sido integrada às organizações. Inteligencia artificial No entanto, essa transformação nos leva a questionar: quais são os impactos reais da IA no ambiente profissional? Como ela remodela as relações de trabalho e redefine a produtividade?

O impacto da IA na produtividade e criatividade

Entre as inovações mais relevantes no ambiente corporativo, podemos destacar a IA generativa, cuja presença nas organizações saltou de 33% em 2023 para 65% em 2024. A tecnologia tem a capacidade de criar conteúdos, analisar dados complexos e apoiar as tomadas de decisões, aumentando exponencialmente a produtividade. Ao automatizar tarefas repetitivas, como o preenchimento de planilhas e a consolidação de dados, ela permite que os profissionais dediquem mais tempo às atividades que demandam criatividade e pensamento estratégico. No entanto, a verdadeira revolução está na qualidade dessa automação. No futuro, devemos ver a IA criando planilhas automatizadas, corrigindo documentos automaticamente e, até mesmo, realizando avaliações legais. Tudo que pode ser executado pelo homem, que exija compreensão de uma base de conhecimento e aplicação de uma lógica específica para produzir documentos ou artefatos, terá grandes chances de ser executado com IA. O objetivo não é substituir o ser humano, mas aumentar sua capacidade de realizar tarefas que antes eram demoradas e propensas a erros. Assim, as relações de trabalho serão moldadas para se tornarem mais colaborativas e eficientes, valorizando as habilidades de cada colaborador.

A ética e os desafios da integração

Apesar dos benefícios claros, o avanço da IA também traz desafios que devem ser considerados pelas empresas. De acordo com a pesquisa Monitor de Inteligência Artificial 2024, realizada pelo Ipsos, 50% dos brasileiros acreditam que a tecnologia pode substituir seus empregos nos próximos anos.  Outros 67% preveem que sua profissão sofrerá mudanças drásticas até 2029. Esses dados revelam uma tensão inerente: enquanto a IA tem o potencial de otimizar processos e melhorar a qualidade do trabalho, também provoca ansiedade sobre o futuro das carreiras.  Para diminuir esse receio entre os colaboradores, as empresas precisam adotar uma postura ativa, oferecendo treinamento em novas tecnologias e promovendo a aquisição de habilidades complementares (upskilling e reskilling). Dessa forma, é possível transformar o medo do novo em uma oportunidade para evoluir.

O futuro: equilíbrio entre humanos e máquinas

Até 2026, é provável que mais de 80% das organizações utilizem IA generativa, segundo um estudo da Gartner. Essa previsão nos guia para uma direção: é preciso criar um ambiente onde a tecnologia não apenas coexista, mas complemente as habilidades humanas. Para isso, o foco deve estar na transparência. Ferramentas de IA precisam ser auditáveis e explicáveis para garantir que todos os envolvidos confiem nos processos. Práticas como documentação clara e governança de dados são fundamentais para promover um uso sustentável e responsável da tecnologia. A integração da IA no ambiente de trabalho vai além de uma questão de aumento da eficiência, mas de redesenho das relações profissionais. O sucesso desta transição depende da capacidade de empresas e trabalhadores em se adaptarem a um cenário que exige tanto inovação, quanto resiliência. Cabe a todos nós garantir que essa revolução seja conduzida de forma ética e colaborativa. inteligência artificial_foto do autor Por Heitor Cunha, engenheiro da Computação e Mestre em Física pela USP. Possui mais de 25 anos de experiência na área de tecnologia da informação, já foi professor universitário e atualmente é CEO da CodeBit.      
🎧 Inteligência Artificial (IA): Deve Mesmo Preocupar-nos?
No episódio 158 do RH Pra Você Cast, intitulado “IA: a preocupação deve mesmo existir?”, discutimos um tema que tem gerado debates acalorados: o desenvolvimento das inteligências artificiais. Em março de 2023, veio a público a informação de que cerca de 2.600 líderes e pesquisadores do setor de tecnologia assinaram uma carta aberta solicitando uma pausa temporária nesse desenvolvimento. O argumento central é que as IAs podem representar um “risco para a sociedade e a humanidade”. Surpreendentemente, até Elon Musk, um dos maiores entusiastas da tecnologia, também assinou o documento.
Visões Contrastantes: Otimismo vs. Preocupação
Jhonata Emerick, CEO da Datarisk, diverge desse movimento de cautela em relação às IAs. Para o doutor em Inteligência Artificial, a evolução dessas tecnologias é tão natural quanto o crescimento que elas podem impulsionar. Acima de tudo, ele argumenta que, ao longo da história, a humanidade sempre enfrentou mudanças disruptivas, e a IA não é exceção. A questão, portanto, é como nos adaptamos e aproveitamos essas transformações.
Legitimidade das Preocupações
Mas será que as preocupações em torno das IAs são legítimas? A perda de empregos é frequentemente apontada como um risco iminente. No entanto, também devemos considerar os benefícios potenciais: automação de tarefas repetitivas, diagnósticos médicos mais precisos, otimização de processos industriais e muito mais. Em suma, ainda há muito a aprender sobre o impacto real das IAs em nossas vidas.
O Desconhecido e o Potencial Inexplorado
Por fim, o que as IAs podem fazer por nós que ainda não compreendemos totalmente? Talvez estejamos apenas arranhando a superfície de suas capacidades. Desse modo, à medida que avançamos, é crucial manter um olhar crítico e otimista, buscando equilibrar os riscos com as oportunidades. Não se esqueça de seguir nosso podcast bem como interagir em nossas redes sociais: Facebook Instagram LinkedIn YouTube