A importância das iniciativas de D&I para as empresas com capital intelectual altamente especializado.
Foi o tempo em que as empresas podiam deixar os projetos e temas relacionados à diversidade e inclusão para depois ou então usá-los exclusivamente como estratégia de marketing já é passado.
E, engana-se quem pensa que as pessoas não notam quando uma ação é simplesmente para “inglês ver” nas organizações. O cenário hoje é outro, a diversidade virou uma aliada importante na sustentabilidade, competitividade e na busca contínua pela inovação.
Segundo uma pesquisa, realizada recentemente pelo Instituto Locomotiva a pedido da iO Diversidade, oito em cada dez pessoas acreditam que as empresas apropriam-se do combate ao preconceito para fazer propaganda, mas não implementam ações concretas para mudanças.
Ou seja, não basta possuir apenas um discurso pró-diversidade. Esse ideal deve ser defendido e colocado em prática, sempre considerando a sustentação e o crescimento dessas pessoas na empresa para que essas iniciativas e programas tenham, de fato, um efeito a longo prazo. E, principalmente, tragam a eficácia esperada.
Esse é um dos fatores que tem tornado esse tema cada vez mais latente e constante em nossas agendas, independentemente do setor em que atuamos.
Investidores e até mesmo os próprios consumidores estão demandando posicionamentos mais incisivos com relação a temas como, luta contra o racismo, homofobia e transfobia; respeito às mulheres, direito das pessoas com deficiência e inclusão de pessoas mais velhas.
Inclusive, esse mesmo estudo revelou que a maioria dos entrevistados sente-se estimulada a adquirir produtos de uma marca ou empresa engajada nessa causa publicamente.
Mas, não é só isso. Além da questão social, investir em diversidade é, atualmente, o princípio de novos resultados de produtividade e o caminho para a inovação.
Diversos estudos comprovam que empresas com maior número de iniciativas voltadas para a diversidade não só apresentam retornos financeiros superiores, como também possuem um diferencial competitivo maior.
Além de possuírem soluções mais criativas, por terem pessoas com diferentes pontos de vista para a resolução de problemas no dia a dia da Organização.
Uma pesquisa realizada em 2018 pela McKinsey, líder mundial em consultoria empresarial, revelou que empresas que investem em diversidade de gênero chegam a ser 21% mais lucrativas. É fato também que a cultura de inovação é 600% maior em empresas mais diversificadas.
E, mesmo se comparadas a empresas com grau médio de diversidade, em companhias mais inclusivas esse percentual é duas vezes maior.
Isso é ainda mais relevante em Organizações de capital intelectual e que desenvolvem soluções extremamente especializadas para um setor cheio de especifidades, como é o nosso caso.
Lidamos com problemas nos quais as soluções são plurais, portanto olhares diferentes fazem a diferença no processo final.
Trazer isso para a prática é, claro, sempre desafiador. No nosso caso, apesar de ainda não termos uma frente formal, temos um discurso inclusivo enraizado e posições de liderança ocupadas e representadas pela diversidade.
Outra ação concreta é com relação à estatística de mulheres. Há cinco anos, a proporção era de 20% para 80% de homens. Atualmente, esta paridade é de 37% de mulheres para 63% para homens. Vale ressaltar que esse número é superior às demais empresas brasileiras do segmento.
No Brasil, segundo uma pesquisa da Thougworks, em 64,9% dos entrevistados, as mulheres representam no máximo 20% das equipes de trabalho em tecnologia.
E, para inspirar os pares que também estão nessa jornada, os reflexos positivos já aparecem aqui. Nossos resultados em pesquisas de clima, como o GPTW, sempre ressaltam isto como uma boa prática e um fator positivo na cultura.
Além disso, esse tema implantado também reforça o respeito e a valorização das diferenças. Ao tornar esse conceito parte da cultura da empresa, os gestores iniciam um processo de enriquecimento de ideias, contribuindo para o planejamento estratégico e tomada de decisões.
Exatamente por tudo isso, enxergamos uma necessidade de avançar ainda mais e de estruturar melhor essas iniciativas. Esse ano, dedicamos um percentual de nosso orçamento de DHO para a frente da diversidade.
Agora no segundo semestre iniciaremos nosso projeto com a atividade de diagnóstico e, depois prevemos a implementação de um comitê de diversidade para viabilizar, entre outras coisas, ações de capacitação do corpo gestor e de colaboradores.
Pode até ser redundante dizer, mas eu particularmente acredito que diversidade é um diferencial competitivo nas organizações, especialmente se as pessoas e gestão souberem utilizar as diferenças de estilos e pensamentos para resolver os problemas complexos ou lidarem com situações desafiadoras.
Inclusive, até no trato com clientes a diversidade permite ampliar os leques de possibilidades de uma comunicação mais assertiva e empática.
Por Cristina Bertolino, diretora de governança e DHO da Shift, empresa especializada em Tecnologia da Informação (TI) para medicina diagnóstica e preventiva.
Ouça o PodCast RHPraVocê, episódio 89, “O poder do investimento em diversidade” com a fundadora da Newa Consultoria, Carine Roos. Clique diretamente no app abaixo:
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