Chega dezembro e, com ele, um misto de emoções. Para alguns, é tempo de celebração e descanso. Para outros, surge a famosa “síndrome do final do ano”: aquela sensação de urgência, arrependimento ou frustração por metas não alcançadas, somada à ansiedade em planejar o próximo ciclo. Seja na vida pessoal ou no ambiente corporativo, o período pode se tornar um peso emocional que afeta nossa saúde mental e desempenho. Mas, calma! A boa notícia é que você pode usar o que sabemos sobre o funcionamento do cérebro para transformar dezembro em um momento de reflexão construtiva, ao invés de ansiedade ou auto cobrança desmedida.

A síndrome do final do ano e o cérebro

O cérebro humano tem uma tendência natural a amplificar falhas em vez de celebrar conquistas. Esse fenômeno, chamado viés de negatividade, ocorre porque nossa mente é programada para buscar ameaças como mecanismo de sobrevivência. No final do ano, quando nos damos tempo para refletir, é comum que as falhas e as “promessas quebradas” ganhem destaque, deixando pouco espaço para reconhecer os avanços. Além disso, o aumento da ansiedade típica desse período pode estar ligado à ativação do sistema de alerta do cérebro (a amígdala). Esse sistema, quando hiperestimulado, nos faz reagir de forma desproporcional, criando uma avalanche de pensamentos como: “Não fiz o suficiente”, “Deveria ter me esforçado mais” ou ainda, “Como vou lidar com o próximo ano?

O Impacto no ambiente corporativo

Para líderes, o final do ano traz uma sobrecarga particular. É o momento de fechar ciclos, fazer balanços de desempenho e planejar o próximo ano, ao mesmo tempo em que lidam com suas próprias emoções e as de suas equipes. Esse período também pode revelar desafios como: 1. Autocrítica excessiva: Muitos líderes se cobram por decisões passadas, especialmente aquelas que não trouxeram os resultados esperados. 2. Ansiedade com metas futuras: A pressão para começar o próximo ano com estratégias infalíveis pode obscurecer o que já foi conquistado. 3. Gestão emocional da equipe: Equilibrar feedbacks, engajamento e motivação em meio a avaliações de fim de ano é um teste para qualquer gestor.

Dezembrite: Cinco passos para aliviar a síndrome do final do ano

Seja você um líder ou alguém que apenas sente o peso desse período, aqui estão algumas estratégias práticas, baseadas em neurociência, para transformar o fim de ano em um momento de equilíbrio e planejamento saudável: 1. Recalibre suas expectativas com uma análise equilibrada: Faça um balanço do ano, mas não apenas com foco nos erros. Escreva três colunas: o que conquistei, o que aprendi e o que posso melhorar. Essa prática reduz a ativação da amígdala e ativa o córtex pré-frontal, responsável pelo pensamento lógico e racional. 2. Estabeleça metas emocionais antes de metas de desempenho: Ao invés de começar o planejamento de 2024 com números ou prazos, pergunte-se: Como quero me sentir ao longo do ano? A neurociência mostra que quando conectamos metas a emoções positivas, o cérebro libera mais dopamina, reforçando a motivação. 3. Descarte a perfeição, adote a progressão: Lembre-se: o progresso é mais importante do que a perfeição. Estudos mostram que pessoas que focam em microganhos diários têm mais chance de atingir resultados a longo prazo, seja na vida pessoal ou profissional. 4. Use o poder das narrativas para ressignificar: Revise os eventos do ano como se estivesse contando uma história para alguém. A narrativa é uma ferramenta poderosa para o cérebro, pois permite reinterpretar eventos com uma perspectiva mais ampla, incluindo os aprendizados. 5. Invista em pausas estratégicas: Nosso cérebro funciona melhor em ciclos de esforço e recuperação. Não se culpe por descansar em dezembro. Uma pausa consciente renova sua capacidade de criatividade e resolução de problemas, preparando você para começar o próximo ano com mais clareza.

Para líderes: Como transformar a síndrome em oportunidade

Se você é gestor, lembre-se de que o fim do ano não é apenas um fechamento, mas uma oportunidade de criar um novo começo. Aqui estão três ações que podem fazer a diferença: Conduza feedbacks com empatia: Use avaliações para celebrar os avanços da equipe, sem esquecer de reconhecer esforços, mesmo em projetos que não deram certo. Isso fortalece a confiança e motiva para o próximo ciclo. Planeje com foco no coletivo: Envolva sua equipe no planejamento de 2024. A participação ativa gera pertencimento, engajamento e reduz a ansiedade sobre o futuro. Seja um exemplo de equilíbrio: Quando líderes demonstram autogestão emocional e aceitam suas próprias imperfeições, criam um ambiente seguro para que outros também o façam. Por fim, gostaria de destacar que dezembrite é mais do que um alívio para o peso do final do ano. É um convite para trocar autocobrança por autocompaixão, ansiedade por estratégia, e frustração por aprendizado. Afinal, a transformação começa na forma como você escolhe lidar com os desafios. Lembre-se: o cérebro é plástico, e isso significa que toda mudança é possível. Comece pequeno, celebre suas conquistas e dê ao próximo ano a oportunidade de ser o melhor até agora – começando com uma mente mais leve e alinhada. final de ano_foto da autora Por Marina Marzotto Mezzetti, especialista em neurociência e reconhecida pela implementação pioneira do Índice de Felicidade Interna Bruta (FIB) no Brasil, tem sido uma defensora incansável de práticas de trabalho mais equilibradas e eficazes. Traz também ensinamentos práticos, capacitando indivíduos a alcançarem uma vida mais equilibrada e bem-sucedida por meio dos princípios da neurociência.  
🎧 Ouça o Episódio 145 do RH Pra Você Cast, O que é preciso para construir times de alta performance?
Como desenvolver lideranças e equipes de alta performance? Inegavelmente, muitos tentam buscar uma “receita de bolo” para responder essa questão com facilidade. No entanto, o fato é que só há um caminho para que o sucesso guie a missão: treinar, treinar e treinar.
Capacitação: A Chave para o Sucesso
Seja para líderes e liderados, a capacitação é fator determinante para a construção de times que alcançam os melhores resultados. Consequentemente, isso potencializa suas carreiras e a competitividade das organizações.
A Importância de uma Capacitação Estratégica
Porém, mesmo a capacitação precisa ser estratégica. Com efeito, o olhar das empresas deve ser assertivo, humanizado e focado em treinamentos que, efetivamente, fazem a diferença. Mas como tornar o desenvolvimento de pessoas estratégico para que as equipes de alta performance existam?
Especialistas em Desenvolvimento de Equipes
Essa questão é respondida por uma dupla que entende – e muito – do assunto. Portanto, o RH Pra Você Cast recebe Giovane Gávio, bicampeão olímpico de vôlei, palestrante e gestor de projetos esportivos, e também Sergio Agudo, Country Director da GoodHabitz. Confira o episódio completo clicando no app abaixo: Não se esqueça de seguir nosso podcast bem como interagir em nossas redes sociais: Facebook Instagram LinkedIn YouTube