Desafios da liderança no século XXI: A nova realidade das organizações

A escassez de líderes preparados não é uma novidade, mas nos últimos anos ela se tornou uma sombra cada vez mais evidente nas organizações. O que antes parecia um problema restrito a setores ou empresas específicas, hoje se espalha por toda parte. E o mais preocupante é que não estamos falando apenas da falta de pessoas disponíveis para liderar, mas de profissionais que realmente estejam prontos para assumir o comando em um mundo tão desafiador quanto o atual. Você já parou para pensar no que realmente significa ser líder hoje? Não basta conhecer a parte técnica ou ser bom em estratégia. O líder do século XXI precisa ser emocionalmente inteligente, saber lidar com culturas diferentes, gerenciar equipes híbridas e, ainda por cima, entregar resultados em um ambiente onde as mudanças acontecem em alta velocidade.

O desgaste dos líderes e a falta de preparação organizacional

Parece muito, não é? E é. Não por acaso, muitos talentos promissores sequer querem entrar nesse jogo, enquanto outros desistem antes de alcançar posições mais altas, exaustos pela pressão. Pesquisa: O Panorama da Transição de Carreira no Brasil Os números ajudam a entender melhor o tamanho do problema. De acordo com a Deloitte, apenas 14% dos CEOs acreditam que suas empresas estão muito bem preparadas para lidar com os desafios de liderança dos próximos anos. E quando olhamos para as pessoas que já estão em posições de liderança, a situação também não é animadora. Uma pesquisa do Future Forum indica que 43% dos gestores intermediários se dizem esgotados profissionalmente e com alto risco para burnout, consequência de jornadas intensas, cobrança por resultados imediatos e, claro, a necessidade de lidar com o inesperado o tempo todo.

E quais são os impactos da escassez de líderes?

Bem, sem líderes eficazes, as organizações literalmente travam. Decisões importantes demoram mais para serem tomadas, a inovação perde ritmo e as equipes acabam se sentindo desorientadas. Não é à toa que, segundo a Gallup, empresas com lideranças ineficazes têm quase 50% menos chances de reter seus melhores talentos. Mas por que chegamos a esse ponto? A resposta não é simples. Primeiro, há uma questão geracional. Os millennials e a geração Z, que agora começam a ocupar posições de destaque, não têm o mesmo interesse em liderar a qualquer custo. Para eles, qualidade de vida e propósito pesam mais do que um título no cartão de visitas.  Além disso, o modelo tradicional de desenvolvimento de líderes está claramente defasado. Não adianta mais formar líderes com base em hierarquias rígidas e comandos verticais, porque o mercado exige flexibilidade, colaboração e uma visão mais humanizada.

Outro fator importante é a cultura do imediatismo

Muitas empresas querem resultados agora e acabam negligenciando investimentos de longo prazo na formação de lideranças. É como tentar colher frutos sem cuidar das raízes e o resultado, claro, é insustentável.

Então, o que fazer para mudar o cenário da escassez de líderes?

Para começar, precisamos repensar a forma como formamos líderes. Programas de desenvolvimento devem ir além da teoria e trazer experiências reais, como mentorias e simulações práticas que desafiem a tomada de decisão. É essencial também criar um ambiente onde os líderes se sintam apoiados, com equilíbrio entre cobranças e suporte emocional. Mais do que isso, as empresas precisam enxergar a liderança como um ativo estratégico. Não dá para encarar o desenvolvimento de líderes como uma linha secundária no orçamento. Investir em pessoas é investir no futuro. E o futuro, sem líderes fortes, pode ser bem mais incerto do que gostaríamos. No fim das contas, a crise de liderança é um reflexo das escolhas que fizemos como sociedade e como mercado. A pergunta é: será que ainda dá tempo de virar esse jogo? Ou vamos continuar sofrendo as consequências até que seja tarde demais? liderança Por Valéria Oliveira, especialista em desenvolvimento e gestão da cultura.        
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No episódio mergulhamos nas tendências que moldam o mundo do trabalho neste ano. Enquanto alguns colaboradores resistem a abandonar o trabalho híbrido ou o home office, muitas organizações anseiam pelo retorno ao “velho normal” – a jornada 100% presencial. Mas será que o “novo normal” está perdendo força?
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  • Trabalho Híbrido e Home Office: A resistência persiste. Com efeito, alguns colaboradores adoram a flexibilidade do trabalho remoto, enquanto outros anseiam pelo ambiente do escritório. Então, como equilibrar essas preferências?
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