A era da inteligência artificial (IA) trouxe consigo tanto oportunidades quanto desafios para o mercado de trabalho. Um estudo da EY revelou que 75% dos trabalhadores estão preocupados com o impacto da automação, e dois terços temem que seus empregos sejam substituídos. Porém, existe um caminho para se tornar insubstituível na era da IA, em um cenário tão dinâmico: desenvolver competências que a IA não pode replicar.
Segundo Pascal Bornet, autor de “Irreplaceable: The Art of Standing Out in the Age of Artificial Intelligence”, há três habilidades importantes para garantir que o humano continue indispensável.
Humics
A primeira dessas habilidades é o chamado “humics”, que são características essencialmente humanas, como nossa personalidade, história de vida, emoções e autenticidade. Afinal, a tecnologia pode gerar histórias, mas ela não tem a criatividade de um ser humano.
O pensamento crítico, a habilidade de avaliar o que é certo e errado, também faz parte desse conjunto e nenhuma máquina pode nos ensinar ética, isso é exclusivamente humano.
A autenticidade social
Além disso, a autenticidade social é um atributo humano que a IA não consegue replicar. A habilidade de se conectar com outros seres humanos, demonstrar empatia e entender o outro é fundamental.
O ChatGPT pode conversar como um ser humano, mas não compreende as palavras que diz, ele é apenas um programa que segue probabilidades. A comunicação verdadeira vai além da simples troca de palavras.
Deve-se ser "al-ready"
A segunda competência necessária para se tornar indispensável é se tornar “AI-ready”, ou seja, estar preparado para trabalhar ao lado da tecnologia, aproveitando suas vantagens sem depender de ela substituir o papel humano.
A inteligência artificial deve ser uma aliada na melhoria da eficiência e da capacidade humana, mas que seu uso deve ser ético e responsável. Não se trata de ser bom com tecnologia, mas de ser sábio ao utilizá-la.
Habilidade às mudanças
Por fim, a habilidade de se adaptar às mudanças é vital. A velocidade das inovações tecnológicas está acelerando, e a habilidade de aprender, desaprender e reaprender será crucial.
O
ritmo de mudanças está diminuindo o tempo de validade das habilidades, tornando essencial o aprendizado contínuo. Além disso, sem a combinação de nossas capacidades humanas com o potencial da IA, corremos o risco de nos tornarmos obsoletos.
A inteligência artificial tem o poder de transformar o mundo do trabalho. No entanto,
representa uma oportunidade para o ser humano se tornar mais valioso. Isso ocorre através do aprimoramento das habilidades que a tecnologia ainda não consegue replicar.
Para se manter relevante, é necessário não apenas acompanhar as inovações, mas também cultivar qualidades que só os seres humanos possuem, garantindo assim um papel insubstituível no futuro.
Por Marcello Amaro, CHRO da P3, uma plataforma de gestão de pagamentos para mais de 2000 empresas da América Latina.
🎧 Inteligência Artificial (IA): Deve Mesmo Preocupar-nos?
No episódio 158 do
RH Pra Você Cast, intitulado “
IA: a preocupação deve mesmo existir?”, discutimos um tema que tem gerado debates acalorados: o desenvolvimento das inteligências artificiais. Em março de 2023, veio a público a informação de que cerca de 2.600 líderes e pesquisadores do setor de tecnologia assinaram uma carta aberta solicitando uma pausa temporária nesse desenvolvimento. O argumento central é que as IAs podem representar um “risco para a sociedade e a humanidade”. Surpreendentemente, até Elon Musk, um dos maiores entusiastas da tecnologia, também assinou o documento.
Visões Contrastantes: Otimismo vs. Preocupação
Jhonata Emerick, CEO da Datarisk, diverge desse movimento de cautela em relação às IAs. Para o doutor em Inteligência Artificial, a evolução dessas tecnologias é tão natural quanto o crescimento que elas podem impulsionar. Acima de tudo, ele argumenta que, ao longo da história, a humanidade sempre enfrentou mudanças disruptivas, e a IA não é exceção. A questão, portanto, é como nos adaptamos e aproveitamos essas transformações.
Legitimidade das Preocupações
Mas será que as preocupações em torno das IAs são legítimas? A perda de empregos é frequentemente apontada como um risco iminente. No entanto, também devemos considerar os benefícios potenciais: automação de tarefas repetitivas, diagnósticos médicos mais precisos, otimização de processos industriais e muito mais. Em suma, ainda há muito a aprender sobre o impacto real das IAs em nossas vidas.
O Desconhecido e o Potencial Inexplorado
Por fim, o que as IAs podem fazer por nós que ainda não compreendemos totalmente? Talvez estejamos apenas arranhando a superfície de suas capacidades. Desse modo, à medida que avançamos, é crucial manter um olhar crítico e otimista, buscando equilibrar os riscos com as oportunidades.
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